Introdução
Neste artigo apontamos caminhos e
fazemos reflexões sobre a importância dos estímulos intencionais em relação ao
desenvolvimento lógico-matemático de crianças entre 5 e 6 anos para a promoção
do alicerce cognitivo que será aliado na construção de melhores estratégias
para resolver problemas, tanto cotidianos quanto aqueles que exigem maior
esforço intelectual. A questão envolvida na pesquisa permeou entre como ampliar
o conhecimento matemático, ultrapassando seu conhecimento convencional, para o
desenvolvimento efetivo do raciocínio lógico-matemático. Especificamente
pretende-se esclarecer a diferença entre o conhecimento social construído em
longo prazo pela humanidade e a aplicação prática das ideias matemáticas que se
refere ao pensar.
Percebemos muitas vezes, que o
conhecimento matemático fica aprisionado em sua própria linguagem que é repleta
de representações. Poucos conseguem extrair e explorar os benefícios desta
ciência. Historicamente podemos observar que avanços tecnológicos conquistados através
dos avanços científicos causam uma grande exclusão social e a matemática faz
parte deste contexto. Nesta perspectiva, atribuímos uma relevância social para
este artigo: promover e possibilitar o conhecimento matemático ao alcance de
todos como forma de apropriação de um patrimônio cultural e histórico que sirva
para facilitar a vida das pessoas. O papel do professor é de extrema
importância para esta conquista, pois o encaminhamento das ações será mediado
por ele. Assim sendo, concluímos que
nossas crianças têm direito a esse conhecimento, que por ser constituído de uma
linguagem singular, abstrata e simbólica, requer um longo tempo para sua
aprendizagem e as ideias matemáticas devem ter espaço desde o início da
escolarização, respeitando as especificidades de cada faixa intelectual.
A leitura irá transcorrer por três
aspectos: a matemática e sua relação com as especificidades para o
desenvolvimento integral das crianças, a matemática e a diferença entre
conhecimento social (convencional) e desenvolvimento do raciocínio
lógico-matemático para aprender a pensar e a matemática e a resolução de
problemas como possibilidade encontrada em Educação Matemática para acompanhar as
necessidades adquiridas pela atual sociedade. A resolução de problemas é uma
metodologia de ensino que aciona uma série de conhecimentos, mas é preciso que
o aprendiz tenha oportunidade de se envolver na busca de soluções com seu corpo
e sua mente, sua criatividade e objetividade desenvolvendo a habilidade de
manejar informações, questionar, refletir e, portanto organizar seus
planejamentos.
O estudo compreendeu uma pesquisa
bibliográfica baseada no documento do MEC, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil, na temática sobre projetos elaborada por Maria Carmen
Silveira Barbosa e Maria da Graça Souza, Sonia Kramer que defende os direitos
das crianças como cidadãs, Edith Derdyk que defende a liberdade de expressão e
em autores que discorrem sobre o desenvolvimento infantil, como Constance Kamii
que faz referência à Jean Piaget, pensadores como Haward Gardner, John Dewey e
outros que se dedicam à didática da matemática como Antoni Vila e Callejo,
Mabel Panizza, Sànchez e Bravo, Marília Toledo e Mauro Toledo e Katia Cristina
Stocco Smole.
Considerações finais
Acreditamos que este campo do
conhecimento envolve, ainda, inúmeras discussões e estudos mais aprofundados.
Estamos cientes da realidade do sistema educacional e dos problemas que
professores enfrentam no seu dia a dia, porém, nós professores somos aqueles
que estão lado a lado com os alunos e nossos ideais e a visão de criança que
temos influi nas atitudes e nos caminhos escolhidos para conduzir as nossas
aulas. Neste aspecto reafirmamos que crianças são cidadãs com direitos e
deveres e que, portanto são sujeitos históricos sendo produto e produtores de
cultura.
A matemática encarada como uma ferramenta útil
ao pensamento, bem cultural, histórico e com grande poder de inclusão ou
exclusão social, deve ter espaço nas instituições de educação infantil para
reflexão e reavaliação da forma como ela é oferecida às crianças. Alguns
questionamentos são fundamentais nesta busca de soluções ou de conscientização:
Qual a relação que eu como professor (a) tenho com a matemática? Será que
possibilito às crianças um pensamento investigativo ou reproduzo as crenças que
tenho sobre este conhecimento? Será que equilibro todas as manifestações
linguísticas que a criança pode manusear e aperfeiçoar bem como ampliar ou as
limito de acordo com as minhas limitações e preferências?
Diante das mais variadas indagações,
provocações e inquietações, esperamos que este assunto não se esgote, pois o
ser humano está em constante transformação e a busca por um aprendizado mais
humanizado, menos rígido, isto é, com mais dúvidas do que certezas propicia a
busca de soluções para problemas que ocorrem no interior de cada instituição.
Um grupo unido com trabalho coletivo ameniza tais anseios, estimula novas
atitudes e encaminha um bom educador a afinar questões pedagógicas com questões
políticas que são indissociáveis apesar dos governantes insistirem na alienação
dessa categoria.
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